Jailson Belfort é um artista ludovicense (natural de São Luís do Maranhão) radicado em Brasília desde 1999. Começou a desenhar na infância, tendo como referência o apresentador de TV e ilustrador Daniel Azulay. É formado em Design pela Universidade Federal do Maranhão – UFMA (1998). Trabalhou com Publicidade e Propaganda em agências desde 1991 onde foi designer gráfico, ilustrador e diretor de arte. Experiente na área de criação, projeto gráfico e diagramação de revistas e jornais, bem como criação de peças publicitárias, logos e identidade visual. Essa trajetória o permitiu ter contato com o universo dinâmico da visualidade publicitária e, sua sensibilidade perceptiva das imagens do cotidiano foram tomando forma de arte ao longo dos 28 anos de carreira. Uma de suas maiores referências em técnica e criatividade é o artista gráfico holandês Maurits Cornelis Escher.

Após vários anos trabalhando com artes no computador, o artista voltou a desenhar à mão livre, onde desafiou-se a criar seus desenhos utilizando canetas esferográficas que, ao lado de ideias estéticas interessantes e inusitadas, produziram um conjunto de telas e desenhos criativos e bem elaborados. Essa experiência despertou seu lado lúdico e imaginativo deixando-o confiante de que poderia se atrever a criar novas texturas e explorar ao máximo os recursos das canetas. As artes começaram simples. Animais, comidas, algo divertido. Mas cada desenho tinha uma mensagem, um toque de humor e trazia algo inusitado.

Com o convite para fazer uma exposição no Supremo Tribunal Federal (STF) em 2018, veio a ideia de fazer desenhos em tamanhos maiores (90 cm de comprimento), criando novas técnicas que o desafiasse. No começo, usava apenas a tradicional tinta azul-marinho, mas descobriu as novas cores e as colocou em seus trabalhos. E o resultado ficou incrível. Por usar apenas tinta permanente, Belfort ousa e não tem medo de se expressar e se divertir caprichosamente com texturas, sombras e perspectivas. Ao desenhar com caneta, se “corre riscos”, pois os traços não podem ser apagados, corrigidos ou desfeitos. Um encontro de liberdade criativa e técnica apurada. E para aumentar ainda mais o desafio, todos os desenhos foram feitos sem régua ou corretivo.

No desenvolvimento do Projeto “Caneta Criativa” centrou-se em um evento de caráter artístico, cultural e educativo. A exposição “Caneta Criativa” foi realizada no espaço cultural do Supremo Tribunal Federal, em Brasília-DF, onde os desenhos ficaram expostos à visitação pública no período de 10 de julho a 17 de agosto de 2018, gerando boa repercussão em sites, redes sociais, além de publicação em jornais, rádios e telejornais locais, inclusive em um programa de TV em rede nacional. O feedback positivo do público e da mídia só o motivou a entregar-se às produções artísticas e aos projetos educativos ligados a essa nova perspectiva de atuação.

Foram diversas ilustrações feitas apenas com canetas esferográficas de várias cores e em tamanhos diferentes, direcionadas ao público de todas as idades. Cada obra retrata detalhes da cultura de cidades brasileiras, bem como alguns de seus monumentos, inclusive em um cartão-postal desenhado. Em especial, destacam-se obras sobre a cidade de São Luís (MA) e Brasília(DF), onde mora atualmente. Houve, também, na exposição, uma série de desenhos lúdicos, com personagens e cenas inusitadas do cotidiano, que leva à percepção de que até mesmo objetos bem simples podem ganhar outra forma de serem vistos nos levando há uma experiência reflexiva.

Após esta experiência, o artista continuou a produzir novas séries de obras, retratando agora outras capitais, outras paisagens e, encontra-se dedicado em um projeto especial em homenagem ao céu de Brasília.

O que o artista Jailson Belfort nos apresenta é uma forma única de ilustrar paisagens, referências, símbolos e ideias. O desenho à mão livre com canetas é sofisticado e impressiona pela técnica. As ilustrações e criações artísticas nos conectam com imagens familiares de uma forma esteticamente apurada. Nota-se uma influência de M. C. Escher, da pop art e, algumas vezes, uma pitada da linguagem visual dos quadrinhos. Seu desenho expressa ao mesmo tempo a pós-modernidade visual aliada a simplicidade do material utilizado. Uma verdadeira simbiose entre o simples e o sofisticado.