Atrizes e diretoras premiadas da ATA – Agrupação Teatral Amacaca, companhia do eterno diretor Hugo Rodas, Camila Guerra, Juliana Drummond e Rosanna Viegas se uniram para dar vida a um espetáculo que homenageia todas as mulheres por meio de recortes da obra de Clarice Lispector (1920-1977). O trio apresenta "Se Eu Fosse Eu – Clarices –", uma produção que investiga a existência e essência humana, segredos "velados" ou  "revelados" por mulheres– de modo a adentrar na profundidade da alma feminina. 
 
Após sucesso de público no Teatro da Caixa Cultural Brasília em 2023, a peça retorna esse ano nos dias 19, 20, 21 e 22 de setembro, de quinta a sábado, às 20h, e domingo, às 19h30, no Teatro Garagem (913 Sul).  Ingressos: R$ 20 (meia). Ingressos antecipados pelo Sympla: https://www.sympla.com.br/evento/se-eu-fosse-eu-clarices/2589899 . Não recomendado para menores de 18 anos. Mais informações: Instagram: @claricescriativas.
 
RECORTES

Após uma série de laboratórios e de vivências pessoais/sociais, as artistas conceberam o espetáculo em 2023 com  recortes de três contos da autora:  O Ovo e a Galinha ", "Perdoando Deus ", "Miss Algrave'', dentre outras obras atemporais que abordam questões profundas do inconsciente.
 
 "Se Eu Fosse Eu  - Clarices – " divulga  contos adaptados da grande autora radicada no Brasil que, em 2020, completou o centenário de seu nascimento. Além de levantar temas pertinentes às mulheres como maternidade, fé, afetividade, desejo, opressão, assédio, contribuindo com a reflexão e emancipação sobre aspectos relevantes da psiquê feminina, tão bem abordados pela autora.
 
 "São os temas das mulheres ali tão latentes que as vezes só conseguem ser trazidos à luz, após um redemoinho de devaneios e contradições. A mulher é um bicho ambivalente e tão pouco protagonista das narrativas oficiais comumente escritas pelo homem. Os seus contrastes particulares às vezes soam incompreensíveis, incabíveis, deslocados, demonizados, assim como os tabus que giram em torno de seu corpo: o sangue mensal, os hormônios incontroláveis, a maternidade amada e sofrida, a descoberta do prazer, dentre outros", destaca Camila Guerra. Estas questões serviram de mote para que as atrizes resolvessem expor ao mundo questões do universo das mulheres.
 
"Clarice é libertadora, uma voz necessária que discorre sobre os caminhos misteriosos do mundo feminino", exclama Juliana Drummond.  "Afinal, as mulheres têm muito o que conversar entre si e reconhecerem os seus próprios e tortuosos trajetos. É dentro dessa perspectiva que esse projeto é proposto", finaliza Viegas. A produção executiva é da Guinada Produções.
 
ATA 

A Agrupação Teatral Amacaca iniciou sua pesquisa em 2009, por meio de uma disciplina intitulada "Técnicas Experimentais em Artes Cênicas" ofertada à comunidade pela Universidade de Brasília e ministrada pelo professor/diretor/encenador Hugo Rodas. Seu principal foco é descobrir formas de dramaturgia por meio da exploração vocal, muscular, gestual, estudo de instrumentos musicais e ritmos. Em 2011 este coletivo de artistas/pesquisadores se tornou um grupo fechado sob a condução de Hugo Rodas.
 
Processo

As artistas são da escola de Hugo Rodas (1939-2022). Eterno diretor e encenador que participou da carreira do trio e que faz da ATA – Agrupação Teatral Amacaca, uma das mais relevantes companhias de teatro de Brasília.  Apesar de ser uma peça com as três atrizes, o processo é assinado pela a ATA, que a cada dia se reinventa em novos formatos e processos criativos com grupos menores, diversificando e ampliando seu repertório.
 
Serviço
 
Local: Teatro Garagem - 913 Sul
Datas: 19, 20, 21, e 22 de setembro
Quinta à domingo
Horário:  Quinta à sábado às 20h e Domingo às 19:30h         Ingressos: R$ 20,00 (meia)            
Não recomendado para menores de 18 anos
Mais informações: Instagram: @claricescriativas e @agrupacaoteatralamacaca




Fonte: Clara Camarano
Fotos: Yasmin Velloso e Diego Bressani